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Foto do escritorArthur Gadelha

49º Gramado: Na competição de longas brasileiros, um país engessado

De 13 a 21 de agosto, festival gaúcho foi exibido novamente via transmissão para todo o país via Canal Brasil. Tema de discussões pela internet, a competição de longas-metragens brasileiros não impressionou apesar de ter seus bons momentos

Embora a competição de longas brasileiros tenha soado frágil em seus gestos individuais e coletivos, coisas interessantes foram ditas na última semana. Carro Rei e Homem Onça apostam na frontalidade do discurso e da metáfora, ao preço de perder as nuances e se tornarem filmes engessados - condição que, em certo grau, também se relaciona com a contradição de um Brasil cuja identidade desmorona entre o presente do fascismo e o sonho do progresso nas súbitas "revoluções", sejam sociais ou capitais, devoradoras e irrefreáveis.


Nos demais, experimentações dramatúrgicas capazes de somarem, às suas maneiras, às formas que entendemos encenação no cinema brasileiro: a teia de conflitos em O Novelo, a descoberta sexual em A Primeira Morte de Joana, as brincadeiras de cinema e literatura em Jesus Kid e até mesmo a zoação inacreditável que é Álbum de Família. Olhando para esse corpo, percebo que pensar filmes é uma prática que precisa assumir as ausências como reflexões tão importantes quanto a celebração do "êxito", interpretações naturalmente livres e individuais porque a crítica de cinema se constrói no coletivo. Se sinto que sobram intenções e faltam dimensões nesses filmes que assisti, isso é apenas um, dos vários, sentimentos.


Pude escrever pouco e perdi o primeiro filme, A Suspeita, mas de forma geral fico muito feliz com a premiação principal de Carro Rei (filme, arte, trilha e som), da Renata Pinheiro, e das atuações: Bianca Byington num papel pequeno, mas fundamental para a energia de Homem Onça; Nando Cunha que é o centro do caos em O Novelo, e o evento que é Matheus Nachtergaele como o homem-macaco na defesa do homem-máquina em Carro Rei. Não me surpreendo com as premiações de roteiro e direção pra Jesus Kid, o júri fez o que foi possível.


Abaixo, uma pequena parcial da experiência com dois textos publicados.


Homem Onça ★★★

O Novelo ★★★


Álbum em Família ★★

A Primeira Morte de Joana ★★★

Carro Rei ★★★½


Jesus Kid ★★


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