Cannes 2019: Céline Sciamma atravessa paixão e memória com "Retrato da Menina em Chamas"
Diretora de "Lírios d'água" (2007) retorna a Cannes após 12 anos
Ao fim do primeiro domingo do 72º Cannes, apesar do Festival ter contemplado com euforia o retorno de Terrence Malick com o filme A Hidden Life, a exibição de Retrato da Jovem em Chamas, de Céline Sciamma, foi muito elogiada e o filme chegou a ser apontado por alguns críticos de cinema como o melhor filme até então da seleção. A francesa Sciamma ficou conhecida por ter dirigido Lírios d'água (2007), Tomboy (2011) e por ter escrito Minha Vida de Abobrinha (2016), que concorreu ao Oscar de Melhor Filme de Animação. Em 2019, apresenta em Cannes uma história sobre duas mulheres que se apaixonam na França de 1770 em um contexto desafiador.
Na obra, a pintora Marianne é contratada por uma condessa para fazer um retrato de sua filha, Héloïse, com uma censura criativa muito peculiar: a musa não pode desconfiar que está posando. "Ela a observa de dia, para pintá-la secretamente à noite", conta a sinopse expondo uma poesia imediata sobre a memória e o afeto, conflitos que a crítica internacional apontar surgir na obra de modo avassalador. Confira abaixo algumas reações:
"As platéias da artilharia ficarão intrigadas para descobrir como Sciamma canalizou a energia fluida de seu trabalho contemporâneo para o ambiente mais restrito de um drama de fantasias."
"Retrato de uma Jovem em Chamas adota uma abordagem narrativa contemplativa, quieta, que contrasta com o tumulto interno crescente das duas jovens à medida que se tornam próximas e desenvolvem uma atração mútua, empregando bem as belezas naturais das locações para criar espaços que surgem ideais para despertar ideias românticas."
"A representação franca, mas não especialmente explícita, do despertar sexual lésbico é inteiramente moderna. Sem dúvida, serão feitas comparações com outros filmes sobre mulheres apaixonadas que recentemente competiram em Cannes"
"No século XVIII, uma jovem resistiu ao casamento forçado, mas sucumbiu ao encanto de uma pintora. Céline Sciamma filma o nascimento do sentimento com precisão e sensualidade."
"É uma história de amor maluca. Marianne captura a alma de Heloise e um fogo insaciável se acende entre elas. A diretora alcança a perfeição. A inteligência, a sobriedade de sua história forçam a admiração e aguçam a emoção."
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