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Foto do escritorArthur Gadelha

Cannes 2019: Pedro Almodóvar apaixona o público outra vez

Filme "Dor e Glória" figura entre os favoritos da edição

Apesar de ter sido lançado em alguns cinemas da Espanha no mês de maio, o novo filme de Pedro Almodóvar, Dor e Glória, foi selecionado para a competição oficial do 72º Festival de Cannes - curioso perceber, inclusive, que esta já seja a sexta tentativa do diretor espanhol a concorrer pela Palma de Ouro, tendo sido presidente do júri há duas edições. As histórias e cores de Almodóvar tão conhecidas parecem estar prontas para impressionar o mundo outra vez.


Dor e Glória conta a história de Salvador Mallo, vivido por Antonio Banderas, um diretor que revisita suas memórias como forma de terapia ao seu declínio criativo-psicológico. É claro que, com exceção do conflito (ou quem sabe não), há uma forte linha biográfica sobre as memórias do próprio Almodóvar nessa metalinguagem onde a desesperança na criação de um filme e o processo de "luto" se tornam o próprio filme.


Classificado até agora com a melhor avaliação na maioria dos portais que cobrem Cannes, Almodóvar parece caminhar em direção à sua primeira premiação no Festival, algo que de certa forma seria uma consagração da Palma a uma figura já tão conhecida e amada pelos apaixonados pelo que representa ao Cinema Espanhol. Se já falaram até em "melhor filme da carreira", o que podemos esperar a partir de sua extensa e dedicada filmografia? Confira algumas reações da imprensa:


"A expressão "cão de guarda" é dilacerada pela dor e [Banderas] interpreta Mallo como emocionalmente cauterizado, mas ainda assim desesperado para se conectar, amar e fazer mais filmes."


"Um filme de solidez, precisão e convicção inevitável por um diretor em plena maturidade artística."


"O último de Pedro Almodóvar só ocasionalmente capta os ritmos cómicos e entusiasmados e a intensidade apaixonada do seu melhor trabalho."

"Não posso dizer, claro, o quão autobiográfico é Dor & Glória, mas se há algo que Salvador e Pedro certamente aprenderam bem ao longo dos anos é como digerir suas dores e transformá-las em Arte."


"Atado a detalhes autobiográficos, seu novo filme é uma celebração bela e plena de coração do ofício do cinema, assim como o amor queer e maternal."


"Um filme-testamento, extremamente pessoal que transita pela mortalidade e o infinito, encontros e desencontros, presente e passado, atores e personagens, primeiros e últimos amores, desse protagonista esculpido em cal e desejo, gratidão e afeto, e que se vê agora diante da falta de perspectiva, da depressão e o vazio."


"O tipo de filme indulgente e egocêntrico que apenas um diretor com uma carreira tão brilhante atrás dele teria permissão para se safar."

"Há algo incompleto ou inacabado neste trabalho, mas talvez isso simplesmente represente a condição da própria vida. Pain and Glory deixa você com uma tristeza doce, mas um forte apetite para o próximo filme."


"O efeito é uma colcha de retalhos e não um todo entrelaçado; o tom melancólico e auto-reflexivo atrairá os fãs do final menos enfático e mais meditativo do espectro de Almodovar."

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